Quando a princesinha nasceu, foi assim...

Há pouco tempo publiquei no meu Facebook um pedido às pessoas que, quando quisessem conhecer o meu bebé aquando do seu nascimento, ligassem primeiro a avisar. A verdade é que fui um pouco bruta com as palavras escolhidas, eu admito, porque ele ainda não nasceu e já tenho pessoas que mandam e desmandam nele! Isto é absurdo!!!
O certo é que a maioria das pessoas, sobretudo aquelas que me conhecem do dia a dia e sabem como sou (e outras sabem o que eu já passei na vida), apoiaram de seguida! Mas também tive reações adversas, sobretudo por parte da família do meu marido... Eu lá me expliquei um pouco melhor e já estamos reconciliados (julgo eu).
Mas, ainda há pouco li uma mãe a desabafar no seu blog erros, que cometeu com a sua filha, que nunca irá voltar a fazer no nascimento de um segundo filho. E isto fez-me pensar: quando o meu bebé nascer, não vou permitir que me faltem ao respeito, sobretudo como mãe. Querem saber porquê? 
  • Não quero ninguém em minha casa logo no primeiro dia que eu chego com o meu bebé: o meu marido estava super nevoso por causa de uma surpresa que me queriam fazer e, como estava cheio de pressa porque não queria fazer as pessoas esperar, fartou-se de berrar comigo desde a maternidade até casa porque eu já deveria ter as malas prontas quando chegou à maternidade. Conclusão: fiz uma força enorme para não chorar frente às pessoas, e tive que forçar uma tremenda educação que me foi dada, quando a minha vontade era manda-las embora. Sei que não o fizeram por mal, que a intenção foi das melhores, mas o pior foram as consequências que a tal surpresa acarretou. Fiquei mais comovida com os enfeites que a prima do meu marido (que agora vai ser madrinha do meu bebé) me deixou em casa, para nos receber em clima festivo, do que propriamente com a presença das pessoas. Eu estava cansada, fragilizada, e só queria estar sozinha com a minha filha e o meu marido;
  • Não admito que entrem no meu quarto sem bater à porta: O meu leite encaroçava muito, e as dores ao dar de mamar eram imensas. Na maternidade me aconselharam a lavar previamente os peitos com água quentinha para ajudar a amolecer esses caroços. Ora, como tenho casa de banho dentro do meu quarto, eu sentia-me à vontade para estar de tronco nu ao fazer este processo, até ao dia em que um amigo nosso entra pelo quarto adentro, sem bater à porta, e me vê nesses preparos. Se há quem não se importe, eu importo-me, e muito!
  • Nunca me tirem o bebé do colo quando estou a dar de mamar: sim, tive uma pessoa da minha família que me tirou a minha filha do colo, sem mais nem menos, quando lhe estava a dar de mamar. Como infelizmente não produzia leite suficiente, tinha que lhe dar suplemento logo de seguida. Então ela já tinha pedido previamente ao meu marido para lhe preparar o suplemento porque queria ser ela a dar. Fiquei fula com ele;
  • Não me julguem se vierem a minha casa e a virem desarrumada: isso aconteceu-me, e da pessoa de quem mais apoio precisava (não foi do meu marido!). Ainda teve o descaramento de dizer que estava louca da cabeça porque apanhei uma depressão pós-parto. Uma amiga minha, que estava em casa e apreciou a cena, ficou tão revoltada que quase faltou dar-lhe uma vassoura e obriga-la a ajudar-me a limpar a casa;
  • Por favor, não venham quase todos os dias ver o bebé: sim, tive pessoas que estavam cá quase todos os dias, e ficavam durante horas (por vezes até à uma da manhã) e faziam imenso barulho (a minha casa parecia um verdadeiro festival) e, claro, deixavam a minha bebé super rabugenta. Nesses dias ela não nos deixava dormir de noite. Gritava e gritava. O meu marido ia trabalhar, por vezes, só com 2 horas de sono;
  • Não fiquem tristes ou chateados se tiverem o azar de o bebé estar a dormir quando o vem visitar: sim, também aconteceu. Nesta matéria vou dar medalha de platina aos meus sogros, porque tiveram sempre o cuidado de vir a horas em que não estava mais ninguém em casa, mas tinham o azar de a encontrar quase sempre a dormir. A minha sogra ficava triste, claro, mas ia sempre dar-lhe um beijinho à cama com cuidado para não a acordar;
  • Marido, nunca saias de casa cedinho de manhã, para ir à pesca, para só voltares à noite: se tu estavas cansado, eu também. Se precisavas espairecer, eu também. Se eu tive um bebé para cuidar, tu também!
Esta última questão já foi discutida entre nós, e ele prometeu que não o voltava a fazer. Assim o espero, porque não sou só eu e o bebé que vamos precisar dele, a princesinha também!
Espero que agora me compreendam um pouco melhor...

Comentários

  1. Dulce, isso que descreve são situações completamente violentas para quem acaba de ter um bebé. Ou essas pessoas que descreve não têm filhos e não fazem ideia do que isso significa, ou então são de uma falta de civismo muito grande. Desculpe se estou a ser injusta, não conheço as pessoas em questão. Mas, acima de tudo, proteger-se a si e ao bebé é função sua e dos seus familiares mais próximos.
    Quando a minha filha nasceu combinei com o meu namorado que, com exceção dos pais deles (os meus vivem longe), ninguém nos viria visitar antes da bebé ter um mês.
    Depois, tive imensos palpites (ainda tenho) mas, desde que eu esteja a ver, eu e o meu namorado é que decidimos o que é melhor para a minha filha. Apesar de ter tido muita pressão para deixar de dar de mamar, nunca o fiz, decidi que não lhe dou doces antes dos 2 anos e não dou mesmo, que não lhe havia de furar as orelhas sem que ela mo pedisse, entre outras coisas. Ser mãe rodeada de palpites alheios é complicado, mas temos que ser fortes e assertivas.
    Tudo de bom para si e para a sua família!

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    1. Obrigada, Purpurina!
      Cheguei muitas vezes a pensar se não era apenas mania minha achar que isto tudo era errado, porque devo admitir que o meu marido (na altura ainda não o era, mas já vivíamos juntos) não me compreendia muito bem, talvez derivado ao meio que veio. Agora ele me dá toda a razão. Ufa! Ao menos isso!
      Eu nem quis referir os palpites neste comentário porque, felizmente, me passaram um pouco ao lado! Só escutava aqueles que eu solicitava, e depois refletia neles com a razão e o coração e tirava uma conclusão. Mas é verdade que desconcerta um pouco quando toda a gente tem a mania de opinar sobre o que devemos fazer. Dá a sensação que nos estão a passar atestado de incompetência como mães! Irra!
      Um grande abraço e beijinho para a sua bebé!

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